domingo, 17 de outubro de 2010

Português

Reforma Ortográfica 1911
Ao longo dos tempos, diversos estudiosos da língua apresentaram sucessivas propostas de simplificação da escrita, sem grande êxito. Entre essas propostas encontravam-se as Bases da Ortografia Portuguesa, de 1885, da autoria de Aniceto dos Reis Gonçalves Viana e Guilherme de Vasconcelos Abreu  Imediatamente depois da implantação da república em Portugal, a 5 de outubro de 1910, o novo governo, empenhado no alargamento da escolaridade e no combate ao analfabetismo, nomeou uma comissão — constituída por Gonçalves Viana, Carolina Michaelis, Cândido de Figueiredo, Adolfo Coelho,Leite de Vasconcelos, Gonçalves Guimarães, Ribeiro de Vasconcelos, Júlio Gonçalves Moreira, José Joaquim Nunes, Borges Grainha e Augusto Epifânio da Silva Dias (que pediu escusa) — para estabelecer uma ortografia simplificada a usar nas publicações oficiais e no ensino. As bases da Reforma Ortográfica, muito inspiradas nas propostas de 1885, foram oficializadas por portaria de 1 de setembro de 1911, permitindo-se um período de transição de três anos. Apesar de já existir há longo tempo no Brasil uma forte corrente foneticista, que se batia pela simplificação ortográfica, o não envolvimento brasileiro na reforma portuguesa teve o efeito contrário de reforçar as correntes tradicionalistas, ficando os dois países com ortografias completamente diferentes: Portugal com uma ortografia reformada, o Brasil com a velha ortografia pseudo-etimológica. Em 1924 a Academia das Ciências de Lisboa e a Academia Brasileira de Letras começaram a procurar uma ortografia comum, firmando-se um acordo preliminar em 1931 que praticamente adotava a ortografia portuguesa de 1911, iniciando-se um longo processo de convergência das ortografias dos dois países que dura até hoje.

Principais alterações

Esta reforma da ortografia portuguesa foi a primeira reforma oficial em Portugal desde aquela que levou ao surgimento de uma escrita portuguesa autónoma no dealbar  foi profunda e modificou completamente o aspeto da língua escrita, aproximando-o muito do atual.

As principais alterações introduzidas foram:
  1. Eliminação de todos os dígrafos de origem grega com substituição por grafemas simples: th (substituído por t), ph (substituído por f), ch (com valor de [k], substituído por c ou qu de acordo com o contexto) e rh (substituído por r ou rr de acordo com o contexto);
  2. Eliminação de y (substituído por i);
  3. Redução das consoantes dobradas (ou geminadas) a singelas, com excepção de rr e ss mediais de origem latina, que têm valores específicos em português;
  4. Eliminação de algumas "consoantes mudas" em final de sílaba gráfica, quando não influíam na pronúncia da vogal que as precedia;
  5. Introdução de numerosa acentuação gráfica, nomeadamente nas palavras proparoxítonas.
Reforma Ortográfica 1931

Primeiro Acordo Ortográfico por iniciativa da Academia Brasileira de Letras e aprovado pela Academia das Ciências de Lisboa, em Portugal .

            Reforma Ortográfica 1943
O Formulário Ortográfico de 1943, aprovado em 12 de agosto de 1943, é um conjunto de instruções estabelecido pela Academia Brasileira de Letras para a organização do Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa do mesmo ano. É este documento, com as alterações introduzidas pela Lei 5.765 de 18 de dezembro de 1971, que regulou a grafia do português no Brasil até 31 de dezembro de 2008 e, cujas normas continuaram a ser aceites até 31 de dezembro de 2012.Na tentativa de pôr cobro às diferenças ortográficas entre Portugal e o Brasil, como resultado da adoção em Portugal da Reforma Ortográfica de 1911, foram feitos diversos encontros entre as Academias dos dois países, dos quais resultou um acordo preliminar assinado em 1931. No entanto, como os vocabulários que se publicaram, em 1940 (pela Academia das Ciências de Lisboa) e em 1943 (pela Academia Brasileira de Letras),continham ainda algumas divergências, houve necessidade de novas reuniões, em Lisboa, que deram origem ao Acordo Ortográfico de 1945. Este acordo tornou-se lei em Portugal, mas no Brasil não foi ratificado pelo Congresso Nacional, continuando os brasileiros a regular-se pelo Formulário Ortográfico de 1943.A prevista entrada em vigor do Acordo Ortográfico de 1990 — o qual propõe uma significativa redução das diferenças de grafia entre o português brasileiro e o português europeu — substituirá o Formulário Ortográfico de 1943 a partir de 2013 no Brasil, como o Acordo Ortográfico de 1945, que poderá ter uma data nos demais países.

Bases do Acordo


Base I - Alfabeto: determina a composição do alfabeto português com 23 letras, permitindo o emprego das letras K, W e Y apenas em casos especiais.                           
Base II - K, W, Y: apresenta as mudanças gráficas de termos que até então empregavam essas letras - k por qu (antes de e e i) ou por c (antes das outras vogais). O w, substituído por v ou u, de acordo com seu valor fonético. O y substituído sempre por i. As únicas exceções foram as letras que compõem abreviaturas internacionais ou fazem parte de antropônimos estrangeiros.       
Base III - H: esta letra passou a ser conservada apenas no princípio das palavras cuja etimologia o justificasse, nos dígrafos ch, lh e nh, em interjeições e nos compostos com hífen. Foi abolido em compostos sem hífen.                               
Base IV - Consoantes Mudas: extinção completa de quaisquer consoantes que não se proferissem, ressalvadas as palavras que tivessem variantes com letras pronunciadas ou não.                                                                                           
Base V - SC: eliminação do sc no início das palavras e manutenção apenas quando os vocábulos já estivessem formados.                                                      
Base VI - Letras Dobradas: permanência dos grupos rr e ss com som único e do grupo cc (ou ) com sons distintos.                                                              
Base VII - Vogais Nasais: fixação da grafia dessas vogais.                               
Base VIII - Ditongos: regras para a grafia de ditongos orais e nasais.              
Base IX - Hiatos: uso de oe e ue nos verbos terminados em oar e uar na 1ª, 2ª e 3ª do singular do subjuntivo.                                                                                 
Base X - Parônimos e Vocábulos de Grafia Dupla: fixação de grafias de e/i, o/u, c/q, ch/x, g/j, s/ss/c/ç, s/x, s/z e com os vários valores fonéticos do x.         
Base XI - Nomes Próprios: regras do Formulário para aportuguesamentos e nomes próprios. Ressalva ao direito de manter a grafia original dos nomes próprios de pessoas e empresas. Exceção feita aos topônimos de tradição histórica, tais como "Bahia"
Base XII - Acentuação Gráfica: regras para grafar os acentos nas oxítonas, paroxítonas e proparoxítonas.                                                                              
Base XIII - Apóstrofo: apenas para supressão de letras em versos, reprodução de pronúncias populares, supressão de vogais em palavras compostas com consagração pelo uso, como em d'oeste", d'alho", "d'arco", etc.                               
Base XIV - Hífen: uso de hífen em verbos e palavras compostas com prefixos e sufixos, além de verbos.                                                                                      
Base XV - Divisão Silábica: determinou que a separação silábica devesse ser feita pela soletração e não mais pela etimologia.                                               
Base XVI - Emprego das iniciais maiúsculas: apresentou as regras para o uso de maiúsculas, excluindo-o para meses do ano, pontos cardeais, nomes de povos e nacionalidade.                                                                                                       
Base XVII - Sinais de pontuação: uso das aspas (aspas americanas), do parêntesis, do travessão e do ponto final.


Reforma Ortográfica 1971
 Após a rejeição do Acordo Ortográfico de 1945 no Brasil, este continuou a reger-se pelo Formulário Ortográfico de 1943, o que criou muitas diferenças ortográficas, especialmente no uso de palavras com acento diferencial. Em 22 de abril de 1971, a Academia Brasileira de Letras e a Academia das Ciências de Lisboa emitiram um parecer conjunto, no qual indicam todas as alterações a serem empreendidas. Nessa reforma ortográfica houve muitas transformações, mas apenas nas regras de acentuação, diferentemente de outros regulamentos ortográficos, tais como o Formulário Ortográfico de 1943 e o Acordo Ortográfico de 1990.

Queda dos acentos diferenciais

Em Portugal, entre 1911 e 1945, assim como no Brasil entre 1943 e 1971, houve a existência de um recurso chamado acento diferencial. Dada a existência de muitas palavras homógrafas mas não homófonas, julgou-se necessário criar diferenciações entre elas: 
pilôto (substantivo) / piloto (ó) (do verbo "pilotar");côr (vermelho, amarelo, etc) / Cor (ó) (coração);êle (pronome) / ele (é) (nome dado à letra L); govêrno (substantivo) / governo (é) (verbo); êste (pronome) / este (é) (Leste);

Reforma Ortográfica 1990
A Língua Portuguesa, originada em Portugal a partir do Latim é a quinta lingua mais falada no mundo com cerca de 250 milhões de falantes em toda a terra. O Português, língua oficial dos países: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Cidade de Macau , Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe, Timor-Leste e Guiné Equatorial também é ensinado em algumas escolas públicas da Argentina e Uruguai. Por ser falada em tantos países com culturas tão distintas, a Lingua Portuguesa estava enveredando localmente por caminhos distintos, com o aparecimento de diversos modos de falar e escrever nos diversos países. Poucos sabem, por exemplo, mas o Português já teve 2 grandes reformas ortográficas no Brasil ( 1943 e 1971 ) e passando também 3 vezes por reforma ortográfica em Portugal ( 1911, 1945 e 1973 ) o que aumentou ainda mais a distância entre a escrita das palavras nestes dois países. Para melhorar a compreensão mútua da língua, corrigir as distorções históricas que a língua portuguesa foi tomando e também para modernizar e facilitar o seu uso, em 1990 os países onde o português é a língua oficial, iniciaram um processo de Reforma Ortográfica ( Acordo Ortográfico de 1990 ou Acordo Ortográfico do Milênio ). A reforma ortográfica de 1990, concluída no ano de 2009, que modernizou a grafia de dezenas de milhares de palavras, terá um período de adaptação até 2012, mas já vem sendo muito cobrada em vestibulares, também sendo adotada fortemente por jornais e revistas desde já.

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